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Renda Variável Com Priscila Araújo e Raphael Figueredo

Hoje trazemos resumido o conteúdo do terceiro painel apresentado no Evento Private em comemoração ao terceiro ano da Nortus Investimentos. O tema do painel foi sobre Renda Variável, conduzido por Priscila Araújo – CFA, da O3 Capital e Raphael Figueredo da Eleven.

Marketing Nortus Investimentos:

Para os leitores que estão apenas começando a explorar o mundo da renda variável, você poderia fornecer uma breve visão geral do que é renda variável, suas principais classes de ativos e porque é importante na composição da carteira de investimentos?

 

Raphael Figueredo – Eleven

Renda variável é um tipo de investimento em que quem está aportando dinheiro desembolsa um montante inicial e não tem a certeza da rentabilidade que terá. Ela pode ser positiva ou negativa, porque essa classe de ativos envolve volatilidade, ou seja, seu preço varia com o tempo. É uma classe importante e que pode fazer parte do portfólio do investidor que tem certa propensão a risco, pois ela tem potencial de gerar ganhos maiores que os proporcionados pela renda fixa, além de servir como diversificação, já que quem investe deve estar preparado para os diversos momentos de mercado. Suas principais classes são: ações, opções, fundos imobiliários e BDRs.

 

Marketing Nortus Investimentos:

Ao escolher ações ou outros ativos de Renda Variável, quais fatores os investidores devem considerar? Quais análises e estratégias podem ajudar na identificação de ativos promissores?

 

Priscila Araújo – CFA – O3 Capital

 

Para realizar uma análise abrangente do desempenho e das perspectivas de uma ação específica, é fundamental abordar diversos aspectos. Inicialmente, destacamos a importância da análise fundamentalista, um processo que envolve avaliar minuciosamente a empresa em questão. A análise fundamentalista consiste em examinar tanto os elementos quantitativos quanto os qualitativos que moldam a empresa. No âmbito qualitativo, exploramos fatores cruciais como a qualidade, a gestão, os administradores, a posição da empresa no mercado e a governança corporativa. Esses aspectos proporcionam uma visão ampla do cenário em que a empresa opera.

Paralelamente, os elementos quantitativos, representados por números concretos, desempenham um papel significativo nesse processo. Compreendem indicadores como lucratividade, taxa de crescimento, participação de mercado e projeções numéricas que retratam o potencial da empresa. A síntese desses dois conjuntos de fatores é à base da análise fundamentalista, uma vez que ambos fornecem uma visão equilibrada e completa da empresa em consideração.

É crucial observar que, ao abordar o mercado de ações, adotamos uma abordagem que foca nos detalhes específicos da empresa, conhecida como fatores micro. Nesse contexto, a tomada de decisão de investimento se baseia em entender a saúde financeira, a estrutura organizacional e os elementos operacionais únicos de cada empresa. Este é o ponto de partida para iniciar um investimento, analisando os aspectos intrínsecos da empresa que podem impulsionar seu crescimento.

No entanto, é vital reconhecer que essa abordagem micro não é isolada. Uma análise completa e bem informada também considera o cenário macroeconômico. Isto abrange a análise da economia em geral, incluindo fatores como inflação, taxas de juros, perspectivas de crescimento e regulamentações governamentais. Compreender esses fatores macroeconômicos é essencial para tomar decisões de investimento informadas, uma vez que o ambiente econômico mais amplo pode influenciar o desempenho das empresas e, por consequência, o valor de suas ações.

Portanto, a análise de investimento em ações engloba a sinergia entre a avaliação detalhada da empresa por meio da análise fundamentalista e a compreensão do cenário macroeconômico. Ao combinar essas duas perspectivas, os investidores estão mais bem equipados para tomar decisões embasadas, considerando tanto as particularidades internas das empresas quanto os fatores externos que podem impactar seus resultados.

 

Marketing Nortus Investimentos:

Há diferentes abordagens para avaliar ativos de Renda Variável, incluindo análise fundamental e análise técnica. Como você vê a importância dessas abordagens e como elas podem ser usadas em conjunto?

 

Raphael Figueredo – Eleven

As análises fundamentalista e técnica podem, na maioria das vezes, ser usadas em conjunto. A primeira ajuda a entender a saúde da empresa analisada e a segunda, a encontrar o melhor momento para comprar-se ou vender-se um ativo. Assim, as duas são importantes para o investidor.

 

Marketing Nortus Investimentos:

Quais foram suas principais recomendações para o grupo de investidores durante o evento da Nortus?

Priscila Araújo – CFA – O3 Capital

 

No evento da Nortus Investimentos, o ponto central que discutimos a transformação estrutural que se desenha no horizonte de médio e longo prazo para o mercado de ações brasileiro. Nos últimos dois anos, experimentamos uma combinação de fatores que impactaram negativamente a bolsa de valores. Isso se originou da elevação pronunciada das taxas de juros, o que, por sua vez, incrementou a taxa de desconto usada nos fluxos financeiros e, consequentemente, pressionou para baixo o valor das ações. Tudo isso ocorreu em um contexto em que a alta dessas taxas resultou em um grande volume de resgates de investimentos em renda variável, provenientes de portfólios e fundos de ações, exercendo forte pressão sobre os preços das ações, depreciando-os consideravelmente.

Entretanto, o panorama está mudando. A economia, surpreendentemente positiva no primeiro semestre, e o recente início do ciclo de redução da taxa de juros em agosto aponta para uma trajetória diferente. Nos próximos 12 meses, é esperado que a taxa de juros brasileira passe por cortes, chegando a níveis de um dígito. Esse movimento é um estímulo relevante, tanto do ponto de vista de valuation, ao reduzir a taxa de desconto, quanto no âmbito da lucratividade das empresas. A diminuição das despesas financeiras amplia o retorno obtido por meio de suas operações, e também incentiva um maior interesse por investimentos em renda variável, superando as alternativas em renda fixa.

Os últimos meses já evidenciaram uma valorização da bolsa, indicando um ciclo promissor para a renda variável brasileira nos próximos 12, 18, e 24 meses. Esse cenário favorece particularmente os investidores com inclinação para a renda variável e um horizonte de médio a longo prazo. Contudo, entre as várias opções de investimento dentro da bolsa, o Ibovespa se destaca como um índice de peso, fortemente relacionado a eventos internacionais e à economia chinesa. Em contrapartida, os setores nacionais, chamados de cíclicos domésticos, são impactados de maneira mais intensa pelas mudanças discutidas, o que sugere um potencial de valorização ainda maior para outras parcelas do mercado além do Ibovespa.

Em resumo, o cenário se apresenta favorável para investidores com um horizonte de médio e longo prazo, que têm a disposição de alocar recursos na renda variável. A conjuntura econômica, as expectativas de corte nas taxas de juros e as tendências no mercado sugerem um período de oportunidades para o universo das ações no Brasil.

 

Raphael Figueredo – Eleven

Acreditamos que o Ibovespa continuará dentro de um movimento de correção e, por isso, a compra de ações listadas, no geral, não deve ser, em um primeiro momento, pensada para o curtíssimo prazo. Mesmo assim, ainda acreditamos na renda variável. Apenas consideramos que o investidor precisa levar em consideração o risco atual. Já no mercado americano entendemos que os bonds estão mais promissores.

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